quinta-feira, 7 de março de 2013

Ponto Novo: Distribuição de água da Barragem provoca debates



A discussão em torno da distribuição da água da Barragem de Ponto Novo tem provocado debates e mais debates, dividido opiniões e, além de tudo, gerado medo.

O problema não está na questão da seca, da falta de água, mas na essência humana,mais precisamente,na maneira como nos comportamos diante da abundância e da escassez. Se estivéssemos vivendo numa situação de reservatórios cheios em toda a nossa região, os problemas decorrentes da poluição desde a nascente, do desmatamento de matas ciliares, seriauma preocupação apenas de Ponto Novo e demais municípios banhados pelo Rio Itapicuru. 

Em tempos abundantes, banhistas de diferentes lugares produzem e deixam lixo às margens da Barragem de Ponto Novo porque há um equivocado pensamento de que“o que não é meu, não tenho por que zelar”.
Em 2006, numa segunda-feira, durante uma visita ao Balneário de Ponto Novo com um grupo de universitários, recolhemos inúmeras sacolas plásticas com logomarca de um reconhecido Supermercado da cidade de Senhor do Bonfim, afinal de contas, era apenas um espaço de lazer, indigno do zelo de todos os frequentadores, inclusive, visitantes.

É necessário sim que levemos em consideração que a água dos mananciais é um bem de todos. O município de Ponto Novo não é, em hipótese alguma, dono exclusivo deste líquido tão precioso retido na Barragem que leva o seu nome. Mas, é imprescindível também que o cuidado, a promoção da sustentabilidade, a voz contra a poluição e o desmatamento seja uma bandeira comum de todos os interessados. 

Vivemos, atualmente, em tempos de escassez e esta, por natureza, tem uma tendência de nos humilhar, de mostrar nossa fragilidade, nossas limitações. Só então, o muito deixa de ser só meu, outro tanto deixa de ser só do outro e o pouco se torna, finalmente, de todos.

O medo existe porque o que já é pouco está diminuindo de forma dramática e atendendo a um número maior de necessitados e se não houver uma intervenção dos céus ou das nuvens – como queira entender – uns serão atendidos em detrimento de outros e a pergunta que não calar é quem definirá as prioridades. Pois, não podemos esquecer que o gerenciamento, as decisões tomadas acerca de quem esta pouca água deve beneficiar é responsabilidade detida por alguns que não sabemos por quem ou pelo que seus olhares expressam ternura.




Nenhum comentário:

Postar um comentário