Uma foto divulgada pelo jornal Extra nesta
sexta-feira (25) confronta a versão dada pela polícia de que não era
possível saber que o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, do
programa Esquenta, havia sido baleado.
Na
imagem, é possível identificar a perfuração da bala que entrou pelas
costas e saiu pelo braço direito do dançarino. DG morreu depois de ter o
pulmão perfurado pela bala. Laudo da Polícia Civil informou que as
lesões no corpo do dançarino eram 'compatíveis com a queda de um muro'.
Em entrevista divulgada pelo Jornal Nacional, o
delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª DP (Ipanema), explicou que o perito
disse que não havia perfuração no corpo do dançarino.
"Foi
um comentário que o perito fez no local para os nosso policiais, que
não teria encontrado. Mas quando a pessoa está machucada e existem
crostas de sangue, é difícil para um perito que não vai lavar o corpo
identificar um orifício de entrada ou de saída. Isso não necessariamente
é uma falha da perícia, é uma contingência da situação", disse o
delegado.
Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais não sabiam que o rapaz havia sido morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP.
Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais não sabiam que o rapaz havia sido morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP.
Enterro de dançarino termina em protesto contra polícia
A
comoção provocada pelo enterro do dançarino Douglas Rafael da Silva
Pereira, o DG, deu lugar à revolta provocada por testemunhos que indicam
que o dançarino foi assassinado por policiais da Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) do morro Pavão-Pavãozinho, zona sul do Rio de
Janeiro.
Um grupo de
pessoas que participaram da cerimônia realizaram uma passeata fechando
ruas na região de Copacabana. Houve um princípio de tumulto por volta
das 16h30, quando policiais militares do Batalhão de Choque usaram
bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os manifestantes.
Comerciantes da região chegaram a fechar as portas.
DG era dançarino do programa Esquenta (TV
Globo) e integrante do grupo Bonde da Madrugada. Durante o enterro, a
apresentadora da atração, Regina Casé, foi uma das mais emocionadas. “Se
fosse uma pessoa que eu nunca vi na vida, ficaria chocada de qualquer
maneira”, disse, lembrando que, em quatro anos de programa com
participação de DG, ele se mostrou sempre pontual e dedicado.
Mais
cedo, pela manhã, o secretário da Segurança do Rio, José Beltrame,
declarou que a morte do dançarino “não vai ficar como a do Amarildo”, em
referência ao pedreiro que desapareceu na favela da Rocinha em julho do
ano passado, após ter sido detido por PMs e levado para a UPP local. A
frase de Beltrame foi uma resposta à mãe do dançarino, Maria de Fátima
da Silva, que afirmou, ontem, que seu filho “ia virar outro Amarildo” se
os moradores não tivessem interferido na hora em que PMs estavam na
creche em que o corpo foi encontrado.
Durante
o velório, a mãe do dançarino afirmou que vai recorrer à ONG Anistia
Internacional para “levantar a bandeira dos direitos humanos no Brasil e
pedir justiça por meu filho”. Ainda no velório, o bombeiro civil e
funkeiro Paulo Henrique dos Santos afirmou que estava com o dançarino em
uma festa na comunidade na noite do último sábado quando, por volta das
4h, uma guarnição da PM lotada na UPP local fez ameaças a ele e ao
dançarino.
“Eles chegaram e
nos chamaram de bandidos, afirmando que a gente só vivia no meio de
bandidos. Acontece que, por sermos famosos, as pessoas da comunidade se
aproximam sempre que estamos aqui”, disse Santos, aumentando as
suspeitas de um crime premeditado.
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